sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mensagem da Semana para Reflexão


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

(Texto de Marina Colasanti)
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti
 nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna.

O texto acima foi extraído do livro “Eu sei, mas não devia”, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.
Fonte: http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Simetria participa de evento do Instituto Muito Especial!

Na manhã desta sexta-feira, 23/09, a Simetria Terceirizados e Temporários participou do Workshop “Empregabilidade de Pessoas com Deficiência”. Realizado pelo Instituto Muito Especial o evento, que aconteceu no Hotel Guanabara, no Centro do Rio de Janeiro, recebeu cerca de 100 pessoas para discutirem sobre o tema.

O Workshop teve início às 9h, com um coffee break. Em seguida, os presentes foram convidados à participarem da abertura do evento. Para compor a mesa foram convidados o Presidente do Instituto Muito Especial, Marcus Scarpa, a Coordenadora do Projeto de Inclusão Digital Instituto Muito Especial, Bianca Pacheco, a Assistente Institucional da Célula de Inclusão Social (PCD) da Simetria, Simone Sousa e a Mestre em Psicologia na área Cultura, Comportamento e Bem-estar nas organizações, Andrea Chaves.


Após a execução do Hino Nacional, Marcus Scarpa agradeceu a presença de todos. “Esse é o terceiro ano que realizamos um workshop como este. E é sempre um prazer receber tantas pessoas e empresas interessadas em debater sobre inclusão. Sejam muito bem-vindos e fiquem a vontade”, disse.


Em seguida, passou a palavra para Bianca Pacheco. Ela falou um pouco sobre o Instituto, explicando os cursos que têm realizado em comunidades carentes. “Nós estamos localizados em Bonsucesso, região Norte do Rio, e trabalhamos com a comunidade da Maré. Ali, desenvolvemos um trabalho com todos, tanto com as deficientes, quanto com os moradores de um modo geral”, afirmou.


 Dando prosseguimento ao evento, que contou com um intérprete de libras para que os deficientes auditivos pudessem acompanhar as palestras, a palavra foi concedida à Simone Sousa. Ela falou sobre o trabalho que desenvolve na Simetria e sobre a importância da inclusão, não apenas no mercado de trabalho, mas em outras áreas.

“A inclusão precisa ser feita de fato e as pessoas com deficiência devem se incluídas em todos os âmbitos sociais. Isso, porque são cidadãos e como tais, votam, são clientes, compram, pagam contas, etc. Então, precisamos pensá-las como pessoas que participam, ativamente, da vida social e incluí-los”.


Andrea Chaves, que é servidora da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e, atualmente, coordena o Núcleo de Inclusão e Acessibilidade e é membro do grupo técnico de implantação de Libras e Braile na rede pública de saúde, falou sobre a diversidade do país e o quanto é preciso que as pessoas entendam o que é inclusão comportamental.

“Sabemos que existem leis que “obrigam” as empresas a contratarem PCDs, negros e etc. Mas, a lei está aí pra ser cumprida, isso é fato. Lei não se discute, se cumpre. Minha proposta aqui é mostrar que nós precisamos quebrar paradigmas e incluir, efetivamente, as pessoas. Não por obrigação, mas por consciência”.

Para fechar o workshop, foi aberto um tempo para perguntas. E a Auxiliar Institucional da Simetria, Tatiana Cardoso, que é deficiente auditiva, falou de sua experiência enquanto PCD e profissional. Seu depoimento foi reproduzido, para que todos compreendessem, pelo intérprete de libras Luciano Marques.

“Quando criança tive meningite o que acarretou na minha surdez. Toda a família ficou muito triste e minha mãe, especialmente. Na cabeça dela eu não teria uma vida normal e, na condição de surda, não conseguiria me desenvolver. Mas ela cuidou muito bem de mim, me deu educação e eu consegui. Não foi fácil, claro! 

Mas tive, e tenho, uma vida normal. Brinquei com meus amigos. Fui uma criança e uma adolescente normal. Eu não me escondi no meu problema, mas o assumi e hoje sou feliz! Tudo o que foi colocado aqui nesse workshop é importante para melhorar as condições de todos os deficientes”, relatou, emocionando a todos. Também participaram do evento a Gerente Comercial da Simetria, Joelma Correia, a Assistente de Recursos Humanos da Célula de Inclusão Social (PCD), Virgínia Fernandes e a estagiária de RH, Priscila Miranda.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência

Fonte: http://www.cedipod.org.br/dia21.htm



O Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes foi instituído pelo movimento social em Encontro Nacional, em 1982, com todas as entidades nacionais. Foi escolhido o dia 21 de setembro pela proximidade com a primavera e o dia da árvore numa representação do nascimento de nossas reivindicações de cidadania e participação plena em igualdade de condições.
Esta data é comemorada e lembrada todos os anos desde então em todos os estados; serve de momento para refletir e buscar novos caminhos em nossas lutas, e também como forma de divulgar nossas lutas por inclusão social.

Lei Nº 11.133, DE 14 DE JULHO DE 2005
Institui o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência.
O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência,
que será celebrado no dia 21 de setembro.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de julho de 2005; 184o da Independência e 117o da República.
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
Erenice Guerra

Estilista Deficiente Visual Mostra Coleção

Fonte: R7.com

http://videos.r7.com/estilista-deficiente-visual-mostra-colecao-no-flamengo-rj-/idmedia/4e78d960e4b0b8b975498253.html

A deficiência visual não comprometeu a criatividade da estilista Rosângela Ferreira em suas criações. Uma de suas marcas é o aproveitamento de materiais.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Simetria participa de mais uma edição do Niterói Acessível!

 
A Simetria – Terceirizados e Temporários participa, nesta quarta-feira, dia 21 de setembro, das 14h às 18h, de mais uma edição do "Niterói Acessível”, realizado pela Prefeitura de Niterói, através da Secretaria Municipal de Acessibilidade. Durante o evento, que acontece no Shopping Bay Market, no Centro da cidade, serão oferecidos diversos serviços sociais gratuitos, em especial às pessoas portadoras de deficiência.

Entre eles: informações sobre o Transporte Ponto a Ponto, Cadastro de Empregos (Simetria), Conhecimento sobre direitos, orientações sobre saúde, inscrição sobre o Cartão Especial de Estacionamento de Pessoa Idosa, isenção de 2ª via de documentos de Carteira de Identidade, Certidão de Óbito, Certidão de Nascimento (Fundação Leão XIII), Programa “Viver Sem Limite” (CEF), segunda via do CPF (IDE), dicas de estética e beleza.

Serviço: Niterói Acessível
Horário: 14h às 18h
Local: Avenida Visconde do Rio Branco, 360, Centro, Niterói - (Shopping Bay Market).

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dica para Deficientes Visuais- Divulgação Audiodocs

Abaixo segue link do site audiodocs, que é da Funart, do governo federal.


Se puderem indicar para deficientes visuais, será uma ótima fonte de pesquisa.


http://www.audiodocs.com.br/


Boa Sorte!!!

Cão-guia ajudou cego a escapar do World Trade Center



Fonte: Folha.com
Por PATRÍCIA BRITTO
DE SÃO PAULO

Michael Hingson, 61, chegou cedo ao seu escritório, no baixo Manhattan, naquela terça-feira. O dia estava ensolarado em Nova York. Do elevador ao escritório no 78º andar da torre norte do World Trade Center, sua companheira Roselle distribuía simpatia.


A relação entre eles era recente, ainda não haviam completado dois anos juntos. Desde o primeiro passeio, Michael achou que formavam um par perfeito.
Roselle, uma labrador, tinha sido treinada para trabalhar como cão-guia. Sempre teve personalidade forte. Era bagunceira, espalhava meias pela casa, roncava à noite e latia alto ao som da campainha. Apesar de gostar de brincar, o serviço era levado a sério. E o seu trabalho mais reconhecido aconteceu naquela manhã do dia 11 de setembro de 2001.
Eram 7h40 quando eles chegaram ao escritório da Quantum, uma empresa de softwares onde Michael trabalhava desde 1997. Havia um ano que estavam no WTC. Como gerente regional de vendas, ele tinha muitos compromissos agendados para aquela semana. Às 9h, começaria um treinamento para revendedores.

Reprodução/Facebook.com/Roselle911GuideDog


Michael Hingson, 61, e sua cachorra-guia Roselle; ela guiar seu tutor na descida de 78 andares pelas escadas

Às 8h46, Michael estava a três metros da janela por onde seus colegas podiam ver o porto de Nova York e a Estátua da Liberdade. Ouviu uma explosão metálica e sentiu o piso tremer. Havia fumaça e cheiro de gás no ar. Um avião sequestrado por terroristas havia se chocado com o prédio na altura dos andares 93 a 99.
Michael e o colega David Frank decidiram sair da torre. Os elevadores não funcionavam, não havia eletricidade. Então Roselle começou a aventura de guiar seu tutor na descida de 78 andares pelas escadas.
"Trabalhamos em equipe. A tarefa dela era garantir que andássemos com segurança procurando obstáculos. Minha tarefa era direcioná-la com comandos específicos, como para frente, para a direita ou para a esquerda", conta Michael em entrevista à Folha.
Durante a descida, ele foi o único que reconheceu o cheiro de combustível do avião. "As pessoas que enxergam se baseiam apenas na visão e não aprendem outras técnicas que poderiam ajudá-las".
A jornada durou cerca de uma hora. Michael e Roselle estavam a apenas duas quadras da torre sul quando ela, atingida por um segundo avião, desabou às 9h59. "Foi a parte mais perigosa. Não é mais difícil para um cego descer 1.463 degraus, mas correr 400 metros com uma torre desmoronando atrás de você é assustador, não importa se você é cego ou se pode ver."

FAMA
Depois da experiência, Michael e Roselle viraram uma dupla popular. A história deles foi recontada em entrevistas na TV e palestras, onde ele fala sobre confiança, trabalho em equipe, cães-guia e cegueira. "A principal desvantagem dos cegos não é a falta de visão, mas o desconhecimento das pessoas que enxergam sobre o que um cego pode ou não pode fazer", afirma.
Em janeiro de 2002, Michael trocou a carreira de 27 anos na área de tecnologia para ser diretor de relações públicas de uma escola de treinamento para cães-guia em San Rafael, Califórnia.
No mês passado, a história de Michael e Roselle virou o livro "Thunder Dog" (Cão Trovão, em português), sem previsão de lançamento no Brasil. A obra também está disponível em audio-book.
Em 2007, Roselle se aposentou. Passou os últimos anos se divertindo com as colegas África e Fantasia, que também viviam sob os cuidados de Michael.
Em 2010, Roselle teve dores crônicas nas costas e foi tratada com acupuntura. Em 24 de julho deste ano, aos 13, ela estava com a saúde frágil quando teve complicações de uma úlcera. Dois dias depois, como não apresentava melhora, sua família e o veterinário interromperam o sofrimento. Roselle foi sacrificada às 20h52 de um domingo.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inclusão de portadores de deficiência é questão de cidadania, diz assessor do Procon

O acesso aos serviços básicos, como transporte coletivo, é um desafio para pessoas com deficiência. Pesquisa do IBGE revela que apenas 16 mil estabelecimentos no Brasil têm as adaptações necessárias.

Assista a matéria completa na Globo News.